O processo de acumulação de capital e a expansão do sistema de acordo com a análise de Marx sobre o Capitalismo

sábado, 25 de junho de 2011




A crítica ao capitalismo proposto por Karl Marx teve uma abrangência dinâmica ao averiguar a realidade sócio-econômica, de forma a analisá-la de acordo com suas transformações, gerando o dinamismo das proposições e conceitos teóricos da economia cuja finalidade se observa na tentativa de elaboração de uma base política que reflita a vida ideal e que dilua as apreensões do homem.



Esta abordagem dinâmica da concepção marxista teve, como precedentes, os mercantilistas, embora estes não tendo formulado trabalhos que reconhecessem problemas básicos para a formação de uma escola econômica, formaram um grupo que, vinculados aos primeiros reis da época moderna, manifestaram uma nova forma de organização administrativa dos Estados recém-formados, visando atender às transformações (dinamismo) do sistema sócio-político-econômico vigente no período que compreende a transição da Europa feudal para a capitalista.

Sob esta nova metodologia de abordagem da realidade, alguns pontos mercantilistas em especial devem ser discutidos e parametrizados com os métodos classicistas de análise econômica. A princípio, a visão dinâmica alterou a noção clássica de que a economia deve se restringir os princípios equilibristas naturais das coisas, inclusive na relação entre as forças de mercado (oferta e procura) cuja função do Estado era bastante reduzida. Em contraposição de tal modelo teórico da antiga escola econômica, o conceito mercantilista da época se abrangeu e defendeu que o sucesso na expansão econômica dos Estados modernos estava atrelado à contínua acumulação de metais preciosos, portanto, devendo-se inclinar toda uma campanha estatal a esta ação econômica, a fim de facilitar a fabricação de equipamentos tanto militares quanto civis, estes principalmente no tocante à expansão comercial.

Este novo conceito, como conseqüência, desencadeará novos procedimentos, aconselhados aos novos reis a seguir. Impôs, assim, na tentativa de evitar a desvalorização de produtos por outros produtos (especificamente dos mais arcaicos pelos mais modernos), a necessidade de armazenar a riqueza da nação sob a forma de dinheiro, evitando que o estoque dos produtos os desvalorizasse. Seguindo ainda os mesmos objetivos acumulativos, o Estado deve se portar como protecionista, cuja finalidade se concretiza na elaboração de uma balança comercial positiva, buscando a retenção de um maior volume de dinheiro, desta vez, externo.

A teoria da necessidade de acumulação citada servirá de grande valor na construção da Escola Marxista de análise econômica, no decorrer do processo de concretização do modo de produção capitalista, fundamentada na crítica ao novo sistema e na elaboração teórica do chamado comunismo marxista, caracterizado por uma formação social condizente com o elevado grau de evolução humana, partindo do princípio do homem como sujeito de sua própria história, dando contorno ao projeto que este tinha em mente. Entretanto, não tomará tal procedimento teórico mercantilista de forma acabada.

Num primeiro momento, inclinará seus estudos à crítica ao socialismo utópico, objetivando a desconstrução idealista daquilo que os utópicos chamaram de socialismo, baseado na ausência de uma base teórica construída sobre os pilares do que Marx nomeia de materialismo histórico. Dessa forma, os utópicos deturpavam e anulavam a característica sociável do homem, enquanto ser naturalmente político, de forma a despertar outro tipo de homem distinguido por suas tendências positivistas.

Noutro momento, passado toda a discussão que permeia vários aspectos dos estudos de Marx; como o aprofundamento do materialismo histórico, a idéia de estrutura e superestrutura, o desenvolvimento dos modos de produção, entre outros; diferenciar-se-á da noção mercantilista de acumulação ao tomar como objeto de estudo não mais a acumulação de dinheiro, mas sim, a acumulação de capital. Portanto, inicialmente confrontará as diferenças entre dinheiro e capital. Assim, conceituará o capital como sendo o dinheiro que se transformou em produto final após este ter passado por todo um processo de modificação que resultou no acréscimo em cima do seu valor primitivo. Tal processo de transformação, que se concretiza na produção de capital, terá como formas mais viáveis de sobrevir a circulação indireta de mercadoria e a exploração do valor trabalho. Nesta relação, observa-se que o dinheiro é transformado em mercadoria, através do vendedor que recebe tal dinheiro de um comprador o qual se apodera de uma única intenção: de receber o retorno do dinheiro que lançou em circulação já adulterado pela diferença quantitativa sobre o valor inicialmente imposto pelo tal comprador. Isto se solidifica somente quando o dinheiro primitivo, transformado em mercadoria, é retransformado em dinheiro novamente (incluindo o acréscimo), surgindo, assim, a mais-valia, berço de uma das principais críticas marxistas.

A exemplo ilustrativo de tal processo pode-se verificar quando alguém, designando investir na venda de determinado produto, assenta uma certa quantia em dinheiro para que o receptor, ou vendedor, receba aquele dinheiro e assuma a responsabilidade de, agora, vender para outro comprador tal produto cujo preço será maior que a quantia de dinheiro investida pelo comprador inicial.

A exploração do valor trabalho se dá através da obtenção da mais-valia sobre o próprio trabalho vivo (transformado também em mercadoria no sistema capitalista) não-pago do trabalhador. O trabalhador, condicionado a vender a sua força de trabalho, e também alicerçado pela alienação imposta sobre tal força de trabalho, para garantir sua sobrevivência e reprodução, somente recebe uma parcela das horas de trabalho realizadas no processo produtivo de, por exemplo, uma determinada empresa para a qual ele trabalha.

Sob este raciocínio, Marx explica o processo de expansão do sistema. O capitalista deverá investir dinheiro para comprar tanto os meio de produção quanto a força de trabalho, pretendendo ganhar um retorno em capital, portanto maior que a quantia investida no momento inicial. Ele necessita se apoderar deste tipo de investimento para continuar seu processo produtivo, garantindo mais lucro, como num ciclo. Para tanto, também necessitará do acúmulo de capital, ou seja, da mais-valia.


(Bia G.)

3 comentários:

Anônimo disse...

MUUUUUUUUUUUUITP BOM !

Anônimo disse...

nossa , texto maravilhoso , muito explicativo ! parabéns !

Unknown disse...

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