Che Guevara, o símbolo irreal

sexta-feira, 4 de março de 2011






Hoje, é normal vermos pessoas usando camisas com uma enorme estampa de Che Guevara.Eu mesma já quis uma.Para a maioria, Guevara é o símbolo da ideologia revolucionária.É o supra-sumo de uma juventude transgressora.Quase como um receptáculo de idéias reformistas.Talvez, na imagem dele, as pessoas depositem a esperança da transformação social, política e econômica do mundo.

Justamente sua quase ortodoxia
política, que o fez deixar a Medicina e dedicar-se inteiramente à transformação das bases sociais, promoveu a fama de “o maior socialista do século XX”.

Há romantismo em sua história.Inegável.
Mas um romantismo voltado para a luta.Guevara é como um mártir, um Jesus pós-moderno, que morreu pelos povos subjugados.

Negou-se a compactuar com o sistema capitalista.Moveu-se ante um cenário de opressão.Deixou-se penetrar por um instinto quase lúbrico da mutabilidade possível.

Mas quem ele foi realmente?De que Che estamos falando?E seria ele o símbolo necessário à luta contemporânea?






Ernesto Guevara de la Serna nasceu na Argentina, cidade de Rosária, em 1928.A família, embora aristocrata, tinha uma cerne inseminada pelas idéias socialistas.

Desde cedo, Ernesto voltou-se para a leitura, sobretudo das obras de Marx, Engels e Lenin.Identificou-se.Comungava com os ideais propostos. Construía-se, gradativamente, a figura de perturbador, infrator, da ordem segregativa Imperialista.



Em 1946, Guevara iniciou a faculdade de Medicina e, paralela a ela, fazia trabalho voluntário em um centro de pesquisas sexuais mantido pelo partido comunista.E isso é muito paradoxal quando fazemos um levante sobre toda a sua trajetória de vida.Ele é o ícone da luta contra a injustiça.Mas foi, em contrapartida, um grande fomentador de injustiças, sobretudo com uma parcela da população(homossexuais), ao ascender ao poder, em Cuba, juntamente com Fidel Castro.Mas voltando ao seu resgate histórico, em 1951, o jovem Ernesto fez uma viagem, pelaAmérica Latina(Venezuela, Peru, Colômbia, Chile e sul da Argentina), com o amigo Alberto Granado. Ambos conheceram a situação social, econômica e política dos povos americanos.

A constatação de uma realidade mordaz, que não garantia a dignidade às populações, funcionou como combustível para Guevara concluir sua faculdade de Medicina, o que aconteceu em 1953, e dedicar-se à política.No mesmo ano, realizou a segunda viagem pela América Latina.Dessa vez, visitou Bolívia, Panamá, Guatemala, El Salvador, Equador, Colômbia, Peru e Costa Rica.

Maturou a necessidade de profundas reformulações para acabar com as desigualdades arraigadas.Foi então que o processo de transformação individual ganhou ares de transformação coletiva por meio do ideal de revolução.

E assim chegou ao México, em 1954, onde conheceu um grupo de revolucionários cubanos que seguiam Fidel Castro, o Movimento 26 de Julho.Ernesto acompanhou os guerrilheiros durante a invasão a Cuba.Posteriormente, ao familiarizar-se com a luta, participar de confrontos diretos, largou a ocupação de médico e tornou-se líder ao assumir o exército revolucionário.

Vale lembrar que, desde 1952, Cuba vivia sob a ditadura de Fulgêncio Batista.O país possuía um elo de dependência econômica com os
Estados Unidos, além de ser fortemente influenciado na política nacional.

Os norte-americanos apoiavam o governo de Fulgêncio, assim como apoiavam diversas ditaduras no mundo e financiaram algumas na América.

Inclusive, no Brasil, na década de 60, prepararam uma armada para garantir que o presidente Jango fosse deposto; caso isso não acontecesse, a tropa invadiria o país e iniciaria uma guerra civil(Plano “Brother Sun”) para garantir seus intentos, que era estabelecer a ditadura.Mas voltando a Cuba, não, não fica difícil perceber que a repressão era forte.A situação do povo não era em nada favorável, pois grande parte da população vivia em situação de completa miséria.Os índices de desemprego, concentração fundiária e analfabetismo eram altos.Os salários, dos trabalhadores, baixos.Ou seja, as condições sociais eram terríveis.

E em 1959, as tropas de Fidel entraram em Havana e Batista foi derrubado.Iniciava-se um novo regime.
O povo cubano acreditava que este regime seria democrático, representativo.Mas não foi.As coisas tenderam ao radicalismo.

E vale fazer uma analogia clara com o mesmo radicalismo que ocorreu no governo de Robespierre durante a Revolução Francesa.Obviamente, na França, tinha-se uma classe burguesa lutando pela igualdade, liberdade e fraternidade de homens brancos e com poder aquisitivo.

Embora haja diferenças na ideologia, fica claro o apego ao poder como um elemento de coerção, de um jeito que, inclusive, os considerados inimigos da nova proposição governamental, tanto no governo Robespierre quanto no de Fidel, foram mortos.Em Cuba, era o famoso paredão de fuzilamento.E o comando tornou-se, cada vez mais, autoritário.

Com o sucesso da Revolução Cubana, Che Guevara virou um importante nome no governo. Tornou-se, posteriormente, ministro da indústria e presidente do Banco Nacional.
Suas ocupações não se restringiam ao âmbito administrativo.Foi incumbido de outras funções, já na esfera militar e diplomática.

Então, todo esse levante já é suficiente para mostrar o caráter de vanguardista na luta pelo fim das injustiças sociais, não é?Eu só tenho uma resposta: não!Muitos só conhecem essa versão de herói.Muitos acreditam nesse espírito superno de Guevara.Eu mesma pensava assim até pouco tempo.Para mim, Che era a representação de um processo de conscientização, e a materialização de que até a mais tola das utopias pode ser praticável.

Mas este homem, definitivamente, não é a representação da luta em prol dos grupos marginalizados.Não se pode ter a real igualdade permeando outra cisão social e vitimando um grupamento, não é?E foi exatamente isso que aconteceu.

O verdadeiro Che não é só o pintado com um certo positivismo histórico.

Ernesto foi, também, um marco de opressão em Cuba.E não falo da implantação do Socialismo no país.Refiro-me a sua paradoxal conduta ao ascender ao poder no apóio a Fidel.

O Che pintado, nas camisas, é o homem que saiu da sua condição de privilegiado e resolveu combater as desigualdades.

Mas o verdadeiro Che foi aquele que assistiu ao discurso de Fidel Castro, em 1959, quando este assumiu o poder, e compactuou com a disseminação de idéias homofóbicas ao ouvi-lo dizer: “um homossexual não pode ser um revolucionário”.

O verdadeiro Che Guevara é o que, em 1965, unido a Fidel, criou as Unidades Militares de Ajuda à Produção.Sabem o que é isso?A ONG homossexual mais antiga da América Latina, o Grupo Gay da Bahia, desenvolveu um trabalho a esse respeito, inclusive com a participação do antropólogo Luiz Mott, que define essas Unidades Militares como:

“acampamentos de trabalho agrícola em regime militar, com cercas de 4 metros de arame farpado, onde os homossexuais e
outros “marginais” realizavam trabalho forçado nos canaviais, com até 16 horas de trabalho forçado, em condições desumanas muito semelhantes aos campos de concentração nazistas”

(mais informações sobre a pesquisa do GGB:www.ggb.org.br/cuba_livre.html)



Então, é esse o homem símbolo da batalha contra a opressão?É esse o paladino da Justiça?É esse o brasão que os jovens querem ostentar como ouro de tolo?


Querem levar, no peito, a imagem do homem que, ao entrar na biblioteca da Embaixada Cubana, e ver a obra de Virgilio Piñera, escritor homossexual, jogou o livro na parede, dizendo: “como vocês têm na nossa embaixada o livro de um “viado”!”


Além desses comportamentos inaceitáveis para quem dizia lutar por um regime igualitário, teve-se, também,a perseguição de inúmeros homossexuais durante o governo de Fidel.Alguns foram mortos.Outros foram exilados.Estima-se que cerca de 10 mil homossexuais foram deportados de Cuba.Inclusive, criou-se prisões para vítimas da AIDS, onde a maioria era homossexual.E, a partir do momento em que se fere a integridade dos indivíduos, fere sua liberdade individual, a fim de fazer a manutenção do poder, tem-se mais um regime autocrático.





Definitivamente, Che Guevara não deveria ser o ícone de uma juventude que deseja transformar o mundo, uma juventude sonhadora, que rompeu os grilhões da mediocridade que a nossa sociedade nos faz reproduzir.

Não são mais sujeitos passíveis, que apenas reportam, ao tecido social, uma herança de valores distorcidos.Para essa juventude, que prima pela ética, que rompe barreiras, que desenvolveu o senso crítico, não há margem para figuras dúbias, figuras que valorizaram, ou valorizam, a opressão, a exploração e o sofrimento de outros seres humanos.

Não faz sentido lutar por um mundo melhor e ter como bandeira um homem que fechou os olhos para a diferença e legitimou a perseguição.Não, e digo com todo meu coração, Ernesto Guevara não merece essa comoção em torno de seu nome.

Espero que os jovens abram os olhos e parem de usar, sem nem mesmo saber que símbolo levam, objetos que reportem a um vilão coberto por uma pele de herói falsamente moldada.Para mim, Guevara deixou de ser a essência da transformação social.

E, para quem acha que tudo que ele fez foi em nome de um ideal, lembre-se que não há Justiça verdadeira, regime igualitário, reconhecimento das diferenças, melhoria social, quando se derrama o sangue de inocentes por pura ignorância e tirania.Se, ainda assim, acha válido ter Guevara como herói, só posso pedir que assista ao filme de Reinaldo Arenas, Morango e Chocolate, porque, quem sabe, sua cabeça abre um pouco.

Precisamos, sim, de um novo ícone de luta.Mas a luta que não construa outro sistema estratificado socialmente.Precisamos nos render aos sonhos e começarmos a transformar as pequenas coisas.E isso não vem com nenhuma idealização de figuras históricas.Isso vem com a materialização dos nossos ideais.Juventude, rompa com a linearidade!Juventude, abandone os velhos conceitos!Juventude, deixe de lado falsos heróis!Aja!O mundo não precisa se dobrar aos nossos pés.O mundo é o espaço para a construção de uma realidade mais humana.



(Mari N.)

6 comentários:

Jayane disse...

hum... tá. eu nunca usei camiseta de che porque nunca fui de idolatrar ninguém mesmo, mas também nunca deixei de reconhecê-los. ora, como você mesma colocou aí, o cara fez coisas extraordinárias e acho que merece crédito sim. afinal, ele foi um transgressor, sem dúvida nenhuma (e transgressor de verdade, conta-se nos dedos. acho que nunca vi nenhum pessoalmente)

quanto à parte de opressão homossexual, aí é sacanagem, né? não sabia disso, mas taí... mais um motivo pra eu não usar aquelas camisetinhas, rsrs.

sabe, o que tenho notado é que quem idolatra o che quer exatamente o que você quer, mas apenas é jovem demais pra saber que ídolos mortos não rendem tanto, ou ingênuo demais de pensar que um dia será um ídolo, ou simplesmente não leu o suficiente, como você, para saber um pouco mais da história. só isso. :)

então, parabéns, moça! se divulgado, algumas pessoas poderão pensar mais sobre essa coisa do líder e tentar verificar melhor as coisas antes de sair defendendo. mas, como alguns precisam de religião, alguns precisam disso. num sei... contanto que as pessoas um dia tenham tempo pra si mesmas, por mim tá bom. ^^

As tormentas disse...

Quanto à coragem, à vontade de transformação, não há dúvidas de que Ernesto foi um marco.E concordo totalmente contigo nisso.Mas quando analisamos o macro, é, realmente, contraditório o ideal proposto por ele, porque não há puramente um processo igualitário.Eu só descobri essa vertente comportamental do Guevara quando tive que formular um artigo sobre homofobia.Já faz um tempinho.rs.E é triste quando a gente se depara com esse tipo de coisa.É triste porque, invariavelmente, as pessoas que o idealizam, por só conhecerem uma versão ou por má fé mesmo, fazem a manutenção da hierarquia social.Hastear bandeiras, sem saber o que elas representam, resulta em irresponsabilidade.E a grande maioria esquece disso.Infelizmente, mesmo sem ter completa noção, fazem coro a um grupo que preza pela opressão.Por isso que esses concordes silenciosos que elegem ídolos não podem fundamentar uma luta.Acho que as pessoas querem só usar a “capa da diferença”.A capa, para eles, é essa do Guevara transgressor e mártir.Aí eles querem pegar carona.O problema é que vira uma doutrinação ideológica que cega o bom senso e distorce a cerne social que pilastra a igualdade.

(Mari N.)

Anônimo disse...

Sabe, pode ser que ele realmente foi homofobico, pode ser que ele fez tudo isso que você escreveu aí, mas ninguém tem que ter os ideais perfeitos, ninguém precisa ser perfeito, as pessoas fazem aquilo que acreditam -na maioria da vezes- e ele, se fez isso -aceitou a homofobia- errou, com toda certeza, mas não é por esse motivo que ele se tornou um criminoso, ou uma pessoa horrível, olha, porque você não pensa nele como uma pessoa que tentou fazer a diferença, que morreu pelas suas ideais, porque quando as pessoas tem um ícone, um ídolo,alguns tem a necessidade de achar algum defeito? Só pelo fato, de querer olhar para si mesmo e dizer, eu posso fazer melhor? Só pelo fato de que aquele pessoa fez o que acreditava sem medo? Ele pode ter feito muitas coisas erradas -sim ele pode- porque ele é humano, não Jesus, como você disse? ah um "Jesus-moderno", não ele, não é. Ele era alguém que queria fazer a diferença, que queria mudar o mundo, ele é um sonhador, ele era humano, só isso, alguém comum, que não teve medo de errar, alguém sem medo.

Anônimo disse...

Viva Che Guevara ♥

As tormentas disse...

A GGB é uma entidade séria.A mais antiga ONG gay da América Latina. Tem pesquisas valiosas na área de gênero e sexualidade.Tanto que os dados da GGB são usados pelo próprio governo.Dê uma olhada no link que está no texto.Não escrevi isso em cima de suposições.Odeio o campo das suposições.Estou baseada nas pesquisas que a própria GGB fez e em alguns documentos históricos que achei. Como eu disse logo acima, quanto à coragem, quanto à vontade de transformação, ele foi sim um marco.A questão é que nenhuma análise é micro.Eu não posso ver Guevara sob uma óptica particular.Não posso levar meu ideal pessoal, minha visão, na hora de remontar fatos históricos.Não estamos tratando de ideais perfeitos.Estamos tratando da ética.Ninguém precisa ser perfeito pra ser ético.Até porque perfeição não existe, porque a própria idéia de perfeição é construída socialmente.E se nossas percepções são alteradas pelo meio, nem a idéia de perfeição pode ser perfeita.rs.

Se ele acreditou que ser gay é errado e passível de morte, merece que isso seja relativizado por causa da história de vida?Quer dizer que devemos relativizar todo ato de homofobia por conta da formação de um ideal?Ali, eu nunca disse que ele não tentou fazer a diferença.Contei a história dele, e quais ideais o moviam.O problema está na palavra chave da sua explicação: ídolo.Quando se fala em ídolo, deve-se levar em consideração que os ídolos são percepções falsas, mitos e preconceitos ligados à forma de perceber o mundo.Portanto, em geral, o ídolo é uma ilusão, porque parte do campo da subjetividade.Isso já mostra que a sua defesa é completamente parcial, porque tá movida pela crença.E a crença cega é irracional, porque não considera o entendimento, não se livra das percepções falsas, pra aprender a realidade de forma objetiva.A objetividade é científica.

Quando eu disse Jesus, era uma metáfora, que, pelo visto, para você, não ficou clara.Você disse: "porque você não pensa nele como uma pessoa que tentou fazer a diferença, que morreu pelas suas ideais".Ué, Jesus não tentou fazer a diferença e morreu pelos ideais dele?Por isso a comparação com Jesus.No campo religioso, Jesus é crença.Crença não precisa de provas.Por isso, Jesus é um ídolo.No campo da ortodoxia ideológica cega, Guevara é crença.Guevara é ídolo.Por isso, um Jesus pós-moderno.É representativo.

As tormentas disse...

Ele queria fazer a diferença, você disse.E o que é de fato a diferença? Desde quando perseguir e aniquilar homossexuais é fazer a diferença?Isso já é tão antigo que é tão somente a reprodução de velhos valores.Você disse que isso é apenas errar, e que errar é humano.Mas será que isso é só errar?Matar pessoas porque elas escolheram amar diferente é só errar?Mandar pessoas para campos de trabalho forçado é só errar? Expulsar pessoas da terra que amam é só errar? Massacrar minorias, que já são massacradas pelas várias vertentes religiosas, é só errar?Talvez, você diga isso porque não é homossexual.Se fosse, estaria analisando sob um prisma diferente.Talvez, diga isso porque nunca perdeu um familiar por conta da homofobia.E se, porventura, for homossexual, cedeu à crença.Sabe qual é o problema em relativizar? É que a empatia morre nesse exato momento.Todo processo de relativização enxerga grandeza, valor, justificativa na cultura do outro.Se os valores culturais do indivíduo dizem que a homossexualidade é anormal, deve ser extinta, e você relativiza isso, você tá legitimando uma cultura construída em cima de um processo de subjugação e aniquilação.Toda vez que eu relativizo, eu crio um processo etnocêntrico, que gera uma hierarquização sócio-cultural.Nessa questão, não importa se Guevara representa, até certo ponto, um alinhamento ideológico pessoal.O que importa é que não se pode relativizar uma cultura de opressão.Não é ético.É a mesma coisa da cultura do estupro contra a mulher.Se um cara machista, que, vamos supor, tem um histórico de agressão(sofreu agressão ao longo da vida) e está inserido em uma cultura que faz apologia ao estupro(nossa cultura faz apologia direta ao estupro), e esse cara vem a estuprar uma mulher, devemos considerá-lo menos culpado porque ele tem um histórico de agressão, foi inseminado por valores misóginos?Eu deveria relativizar o estupro se esse cara fosse, por exemplo, um líder político que se alinha ideologicamente comigo?A resposta é não.E é não porque, simplesmente, não há justificativa.Assim como não há para a homofobia.Por que eu tô comparando?Porque ambos são uma mácula à liberdade.E ambos à liberdade de ser.

Guevara não fez a diferença, nesse sentido, porque não se constrói a diferença quando o seu sustentáculo ideológico é permeado preconceitos, pela negação à ética, pela tolha da liberdade individual.Mas quando alguém que ama Guevara vai entender isso?Talvez nunca.Porque a crença, como disse, não precisa de provas.E, infelizmente, a crença sobrepõe-se à ética social para muitas pessoas.Não vou relativizar Guevara, assim como não relativizo nenhuma outra personagem histórica.Eu tinha outra visão do Guevara.E reconsiderei minha visão, porque ídolos não merecem consideração quando essa consideração significa tripudiar em cima da dor que os homossexuais e que as famílias dos homossexuais passaram e passam.Eu indiquei o filme do Reinaldo Arenas.Dê uma olhadinha.

Para terminar, eu só posso citar o Marx.Bom, Marx diz que o homem é um ser em construção.O homem muda à medida em que muda o mundo. Então, sinceramente, tomando como base o que Marx falou, fica claro que é impossível mudar o mundo quando você faz a manutenção do status quo.Isso não é mudar o mundo.Isso é preservar tudo que é ruim, tudo que é opressor, tudo que é antiético.Isso é manter um conjunto de benefícios que fomenta a hierarquização social.

(Mari N.)

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