Homofobia religiosa- Igreja Católica Apostólica Romana

domingo, 4 de julho de 2010



"A religião é o ópio do povo"- Karl Marx

A palavra homofobia foi criada por meio de um neologismo proposto pelo psicólogo George Weinberg, em 1972, no livro “A Sociedade e o homossexual saudável”.É um termo usado para designar opressão premeditada, incluindo o ódio, medo, preconceito, discriminação, assédio, abuso verbal e violência física.

O ciclo da homofobia é caracterizado em três fases.Inicia-se com a formação do repertório emocional, onde a história da família é transmitida e surgem as primeiras impressões.Posteriormente, a socialização na escola acaba por reafirmar a homofobia, pois o setor educacional reproduz o modelo social e cultural.E a última fase, terceira, é a ampliação do processo de socialização, já na idade adolescente, dando vazão ao preconceito em torno da sexualidade.

Dr. Gregory M. Herek, psicólogo e cientista da Universidade da Califórnia, em Davis, fez uma extensa investigação sobre as atitudes em relação aos homossexuais, e concluiu que: "o maior grupo de pessoas que são contra homossexuais são aqueles para o qual eles representam o sinônimo do mal...essas pessoas acham que odiar homens homossexuais e lésbicas é o teste último que prova serem uma pessoa de moral.Frequentemente, agem por aderência a uma ortodoxia religiosa que considera a homossexualidade um pecado".

Com a necessidade de interação social, esses pensamentos são incrustrados no meio.E é inegável que as crenças religiosas, instituídas pela tradição cristã, é um dos fatores que mais influenciam a percepção que hoje se tem sobre a natureza da homossexualidade.

Essa diversidade religiosa surgiu com a necessidade de o homem explicar sua existência.Fomentando esta busca de entendimento,analisa-se o termo central que dá suporte aos dogmas, onde o evangelho, que remete aos quatro evangelhos canônicos( S.Mateus, S. Lucas, S. Marcos e S. João), cria o conceito de evangélico: aquele que segue conforme manda o Evangelho; que segue a lei de Cristo.

Insere-se, nesta significação, a Igreja Católica Apostólica Romana.A tradição católica tomou forma com a substituição dos cultos pagãos pela sacralização da Bíblia.Desde seu surgimento, por volta do século três, assumiu um posicionamento compulsório sob os fiéis, impondo-lhes a interpretação religiosa sobre a realidade que os rodeava.A progressão histórica serviu para estruturar, gradualmente, a rigidez da instituição católica, que vigorou sua aversão à homossexualidade.Seu poder estendeu-se em todos os âmbitos sociais, de forma a influenciar, até mesmo,a estrutura dos Estados Laicos.

Tomando o aspecto do “todo” e entrando no estudo sociológico de Émile Durkheim, a religiosidade possui um papel fundamental na sociedade. A Igreja, nesta visão, forma uma das partes do organismo social (o todo) que, ao se intervincular com as outras partes, tende a preencher uma função específica para estimular a socialização. É através desta socialização que se internaliza uma mentalidade, uma cultura. Seguindo este mesmo pensamento, em caso de falha na socialização, evidenciando uma sociedade doente.A instituição católica também pode agir como mais um mecanismo de controle social, pressionando o indivíduo a acomodar-se e a cumprir as regras sociais em vigor.

Já em Karl Marx, sempre existe um interesse econômico na formulação da superestrutura, isto é, a estrutura, os meios de produção material, a economia das sociedades classistas precedem a produção ideológica, intelectual, artística, política, jurídica etc. Neste contexto, podemos encaixar tal raciocínio na medida em que observamos uma Igreja apoiada também pelos interesses financeiros, articulando através destes interesses para promover as suas ideologias entre os fiéis.

Assim sendo, não fica difícil imaginar como a homofobia se alastra dentro da sociedade. A Igreja Católica, através de seus 1.068.368.942 seguidores, evidencia a sua posição e formula uma ideologia inteligentemente cristalizada, e essa rigidez transgride o bem estar social.

E a sociedade brasileira, que tem como pilar fundamental o catolicismo, evidencia essa visão reducionista, alicerçada na família, dogmas, trabalho e patriarcado.Infelizmente, essas concepções irradiam-se pelo tecido social, alimentando o egoísmo e a ignorância.


(Mari N. e Bia G.)




1 comentários:

As tormentas disse...

Chega desceu uma lágrima relembrando esse Artigo Científico da universidade que quase terminou em tapas (6)

ADORO! MUHUHOHOHAHAHAHÁÁÁÁÁÁÁÁHHHH!

... Freudeu! ...

(B.G)

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