Essência social

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O paradigma social estigmatiza aqueles que fogem do sistema.As regras sociais, porém, permanecem inabaláveis porque a sociedade usa envoltórios meticulosamente camuflados, que são embebidos em hipocrisia, para que não haja uma desconstrução da filosofia alienante e vil que rege o mundo.

Os valores sociais são impostos ainda na fase da infância, quando os sentidos são treinados para permanecerem impassíveis diante das mazelas que assolam o planeta.Desde jovens, somos abstraídos do real conceito de humanidade, crivando a nós e aos outros com egoísmo.

A sociedade pode ser comparada, claramente, a um baile de máscaras que é preenchido de silêncio e figura na escuridão.Silêncio que vem do pão.Escuridão que vem do circo.E, infelizmente, ainda fechamos os olhos para o fato de estarmos cada vez mais mecanizados.Já somos frios, rígidos e indiferentes.Não mostramos mais as emoções.A capacidade de comoção foi danificada.Nos perdemos em algum ponto da “evolução”.Quem somos realmente?

Segunda a Filosofia, realidade é o que existe fora de mim.Porém, o que existe fora de todos é uma incessante corrupção do ser: miséria, exploração, ganância, preconceito, descrença.Em que ponto aprendemos mais a odiar do que a amar?

Por sermos seres sociais, realizamos ações dotadas de compreensão o tempo inteiro, e estas possuem conexão entre agente e meio.Essas ações sociais caracterizam a conduta humana dotada de sentido, possibilitando a interpretação por parte da Sociologia, que projeta modelos explicativos abstratos.Quanto mais racionalizadas forem, menor será a submissão do agente a costumes e afetos.E o que vemos, em maior escala, são ações relacionadas a fins e a valores, que tem caráter subjetivo, onde esta subjetividade anda de mãos dadas com a opressão.

Acreditamos que tudo pode ser comparado e avaliado através de escalas qualitativas e quantitativas.Apesar de nossas limitações, achamo-nos capazes de fazer suposições sobre coisas e pessoas.Distorcemos a realidade para que ela seja adaptada aos nossos quereres.Então, pergunto-lhes: o que de fato é realidade?

Dizem que o sonhador se ilude.Mas e o que é ilusão?Ainda que sejamos seres dotados de vontade, o meio influencia nossas vidas, estabelecendo um ritmo acelerado, que é incapaz de absorver sentimentos.Somos bombardeados com informações, mas não a usamos de maneira questionadora, como força motriz para desconstruir esses paradigmas sociais.A perturbação mental parece ter cessado.

É preciso uma sensação para a construção de um pensamento e, posteriormente, a ação. Porém, até chegar à fase prática, de desconstrução do organismo social, é necessário acabar com a hipocrisia. Destituir-se de máscaras é o idílio que não segrega e nem oprime.Este véu insípido projeta crenças silenciosas, dando forma a toda a estrutura do sistema.

Não é apenas um maniqueísmo.O sistema é uma teia projetada, que nos enovela gradativamente, deixando-nos pífios diante da realidade.E esta realidade que é enxergada por quem tem consciência social é intragável.

Não são as escalas quantitativas e qualitativas que vão nos salvar.Também não será o dinheiro.E muito menos será Deus.Só o que pode nos salvar é o sonho, a crença na transformação da sociedade.Isso sim é palpável e praticável.


(Mari N.)

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